
A CULPA FOI DO MAR
Não digo que em mim não há razão,
Para deleitar-me aos caprichos de tua beleza,
E nem que haja contentamento,
Em apenas vislumbrar tua excelsa figura,
Mas o que pode eu?
Simples poeta,
Escrever sobre você,
Que em verso ou prosa,
Algum sábio já não o tenha feito?
Que posso eu fazer,
Para livrar-me das garras,
Desse estranho sentimento que me consome?
A culpa não é minha,
A culpa foi do sol,
Por dourar tua pele,
E resplandecer no mar,
A pura beleza de amar,
Por iluminar os teus caminhos,
E te aquecer do frio.
A culpa foi do vento,
Por me fazer invejar,
O modo como toca você,
Como te surpreende,
E como faz você suspirar,
Aclamando a brisa que refresca o teu rosto.
A culpa foi do mar,
Por molhar o teu corpo,
E salgar a tua pele,
E deixar-te ao ponto,
De não haver no idioma mais rico,
Um adjetivo capaz de descrever-te.
A culpa foi do brilho do teu olhar,
Foi do calor do teu corpo,
Foi do teu modo de beijar,
Foi dos teus braços,
Que me cercam como muros,
E me fazem sonhar com uma fortaleza,
Na qual me refugio dos perigos iminentes.
A culpa foi da tua voz tão doce,
Sussurrada ao meu ouvido,
Com promessas tolas e vãs,
Na qual eu de pronto,
Não me contive e acreditei.
E que mais posso eu dizer,
Sem que a culpa seja de Deus,
Que teve tamanha inspiração,
Ao criar você,
Ao esculpir cada centímetro do teu corpo,
Ao desenhar em teu rosto,
Olhos, nariz e boca,
Que são como armas,
Nesse estranho jogo de sedução,
Onde eu . . .
Sucumbo calada,
A mercê do teu poder,
De fazer-me sentir tão pequena,
Diante de tamanha perfeição.
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