INEXPLICÁVEL

É muito dificl saber quando se perde ou quando simplesmente se deixa de ganhar. Quando se vive na base do ou tudo ou nada, qualquer passo é decisivo. Mas então porque viver assim? De fato não sabemos quanto tempo de vida teremos, nem sabemos como nossas vidas serão realmente, só o que temos de concreto é o que construimos até aqui, mas um simples passo em falso, uma palavra dita em uma hora inapropriada, um simples tropeço ou uma falta de zelo por algo que se tem valor já é o bastante pra destruir tudo o que se levou anos pra construir, em apenas um segundo, tudo se faz ruir, tudo se perde, tudo acaba.

Não gosto de pensar na vida como em um todo, gosto de pensar que ela é feita de fases, e que cada fase tem seu prazer, tem suas alegrias, tem seus medos, tem seus contras, tem seu próprio sabor, e não há nada no mundo que faça essas fases voltarem. Mas ai vem a saudade.... No fundo acho que saudade é querer que o que não volta jamais torne-se de novo a voltar em nossa frente, é não contentar-se com o presente, nem com o hoje, é querer o ontem de volta, mesmo que isso seja impossível.

Como saber qual é o caminho certo nessa estrada de mão dupla, nessa bifurcação itinerante chamada vida onde a cada passo temos que tomar novas decisões pois é a nossa vida que está em jogo, e não queremos perder, isso nunca, nem perder, nem falhar, nem o segundo lugar, se estamos vivendo, se esta é a nossa vida que sejamos os protagonistas dela, não os coadjuvantes, que cada um viva a sua vida sem pensar em nada que não seja bom, que não se faça nada que não seja o bem.

Eu não entendo pra que viver de aparências quando nem se tem razão pra isso. Pra que um sorriso fingido, um aceno tortuoso, uma alegria talhada a duras marretadas. Não há razão nisso. Não tem explicação...

Mas porque haveria de ter? Afinal, viver não é realmente inexplicável?