"Somente a Razão Impede o Homem de Voar"

sábado, 6 de novembro de 2010

AO MEU MELHOR AMIGO



Sinto saudades de você, dos tempos do colégio, do seu mal humor matutino que era quase incurável. Sinto saudades da sua implicância com os meninos do N’Sync. Sinto saudades de mesmo assim você traduzir as canções deles pra mim.
Sinto saudades do seu ar de superioridade diante dos outros meninos, que perto de você eram só meninos. Sinto saudades de colar de você nas provas, de tentar mesmo que envão aprender com você o verdadeiro sentido das coisas. Sinto saudades do seu carinho e cuidado para com a sua família, você, que era só um menino, mas que agia como um homem grande que atitudes honrosas, tal como muitos homens nunca serão.

Sinto saudades de dividir um trakinas com você no recreio, de poder sentar no terraço do colégio com você e conversar sobre coisas importantes ou sobre qualquer bobagem, mas simplesmente saber que eu sempre tinha alguém pra conversar. Saudades de quando eu tinha certeza que poderia salvar o mundo, isso a anos atrás, antes de roubarem toda minha coragem.

Sinto saudades de te ouvir falar sobre filosofia, sobre música, literatura, artes, sobre tudo. Sinto saudades do seu sorriso sem graça, que abaixava a cabeça ao sorrir, sinto saudades de você me fazer rir.

Sinto saudades dos seus olhos castanhos, olhos lânguidos, frios, tristes e ao mesmo tempo em que refletiam uma enorme nobreza de alma, um caráter imaculado, uma esperança que ardia mesmo nos mais difíceis dos dias. Esperança de ser um grande homem, diferente dos que te estavam a sua volta, esperança essa que se tornou realidade.

Sinto saudades daquele menino alto, magro, branquelo com espinhas no rosto (que era chamado pelo Snoop de Espiga!!), dono de uma inteligência invejável, que era o aluno mais aplicado no colégio e um filho tal como mãe nenhuma teve a sorte de ter. Um cara que cuidava dos irmãos mais novos como se fossem os próprios filhos, cuidava da casa, cuidava da própria mãe, cuidava dos amigos, e que mesmo com tantos afazeres ainda tinha tempo pra ser o melhor amigo que eu já tive.

Sinto saudades de te ouvir falar sobre coisas que eu nem sabia o que era, e que agora, finjo saber quando quero impressionar alguém.

Sinto falta de quem eu era quando estava com você, sinto falta dos meus 14 anos, de todos os meus sonhos e planos de tudo aquilo que ficou pra trás e que hoje existe apenas nas minhas lembranças.

Você foi o melhor amigo que eu já tive na vida, e que eu pensava que seria para sempre, mas o destino não quis que fosse assim e me fez aprender que mesmo o “pra sempre sempre acaba”.

Mesmo que eu nunca mais te veja, mesmo que nossos destinos não se cruzem novamente, saiba que trago em mim muito de você, do que vivi, Dio que aprendi, o que me tornei com você. Isso ficará pra sempre, faz parte da minha vida, da minha história, faz parte de quem eu sou. E mesmo que o destino tente, isso, ele jamais poderá apagar, jamais poderá tirar de mim.

Eu queria muito um dia poder te agradecer por tudo o que você me ensinou, por tudo o que me fez ser. Amigos como você são raros. Nunca mais tive um amigo assim. Por isso, e por tudo mais é que sinto saudades de você.

Um grande abraço da pessoa que com certeza mais sente sua falta no mundo,

Sabrina Tortellotte.

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