"Somente a Razão Impede o Homem de Voar"

domingo, 29 de março de 2009

E TUDO MUDA, ATÉ A GENTE MUDA...


Esta semana confesso que foi demasiadamente complicada, tive uma crise existencial sem precedentes. Tudo por que ainda não me adaptei as últimas mudanças que sofri este ano. Me acabei de tanto pensar, chorar, lastimar, lamentei até por ter nascido. Eu mal saí da cama por mais de uma semana. Chorei copiosamente ao amanhecer, ao entardecer e ao anoitecer. Tive vontade de largar tudo, desistir de tudo, de morrer. Sim, eu pensei em morrer. Dediquei horas a fio a calcular como seria se eu morresse. Em minha mente eu imaginava que de certo eu teria descanso, sossego, então, peguei uma folha de papel, uma caneta e comecei detalhadamente a fazer o inventário de todas os bens que tenho para então escrever meu próprio testamento. Tolice! Não tenho bem muito valiosos, ou seja, de grande estimativa pecuniária. Mas aos poucos enquanto revirava minhas coisas, percebi que tenho muito mais que isso, eu tenho tesouros, tesouros valiosíssimos. Não aqueles tesouros de jóias como os piratas encontravam, não os de moedas de ouro, ou os de minas cobertas de pedras preciosas. Meus tesouros são coisas simples, mas tão importantes, tão fascinantes, são partes tão pequenas que junto percebi que compõem minha própria vida, minha própria história. Sem elas, eu não teria a sorte de ser quem sou. E em meio a tantas lembranças que me vieram a cabeça, logo pude notar que eu posso ter um milhão de razões pra desistir de viver, mas pelo menos uma me faz sentir que lutar pela vida é maior que tudo isso: o amor verdadeiro que eu sinto e já vivi com tantas pessoas. As vezes, a gente sonha, planeja, escolhe, imagina, mas nada corresponde na prática ao que estava em nossa mente. Assim foi comigo, eu vivi tanto tempo pensando em como seria minha vida quando eu chegasse na idade que agora estou, que esqueci que eu poderia não ser a mesma de sempre. Não estou falando apenas das mudanças físicas, mas das mudanças da alma. Do coração, do espírito. Depois desse tempo que passei tão sozinha no meu quarto, entregue a minha própria solidão, sendo consumida por um vazio terrível que corroía minha alma, percebi que podem ser poucos os que me amam, podem ser poucas as razões que eu tenho pra levantar da cama ao amanhecer e viver, mas estes motivos, estas pessoas, valem a pena. Pois elas me ajudaram, serviram de base pra construção da minha vida. O que eu sempre tanto temo, hoje vejo e sinto que é totalmente normal, tudo muda, até a gente muda..., só o que não pode mudar é quem realmente trazemos na alma, é o amor que nutrimos pelas pessoas que são demasiadamente especiais em nossas vidas. Dor, saudade, desespero, tristeza, solidão, raiva, angústia, deixa pra lá, tudo isso faz parte, tudo isso é parte da criação de quem somos. Temos que aprender a deixar as coisas seguirem seu caminho, seu percurso normal, temos que aceitar mudanças, e aprender com elas, afinal, a vida é um eterno aprendizado. E que atire a primeira pedra quem nunca se assustou com mudanças...

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