"Somente a Razão Impede o Homem de Voar"

domingo, 11 de setembro de 2011

QUANDO O AMOR ACONTECE




Cada dia que passa eu percebo que não existem histórias de amor perfeitas. Às vezes alguém nos ama... outras amamos alguém, e percebo que raramente a gente ama junto, como: nos filmes, nas novelas, nos livros, nas canções que nos fazem sonhar que isso é possível.

Mas ainda que se ame sozinho, não deixa de ser amor, afinal, nunca li em lugar algum que o amor pra ser amor precisa ser vivido a dois. A gente pode amar sem ser correspondido, pode amar em silêncio, sozinho... é um amor silencioso aos ouvidos do mundo, mas dentro da gente, qualquer migalha de atenção da pessoa amada faz com que fogos de artifício soem baixo diante da explosão intensa e ensurdecedora de alegria que acontece no nosso coração.

Dizem também que não é possível amar uma pessoa pra esquecer outra... não creio. O amor é sempre amor, ainda que seja usado como remédio, ainda que seja pra curar feridas, pra cicatrizar a alma que insiste em sofrer quando um amor machuca a gente. O amor não tem prazo de validade, indicações, nem tem como ser agendado quando e onde vai acontecer... lembro sempre de todas as vezes que eu me programei pra amar alguém e no fundo não senti nada... e lembro também de quando pensei que seria só mais um encontro, quando na verdade, aquele foi "o encontro". Não sei se terá final feliz como nos filmes, eu amei, me envolvi, não molhei a ponta dos pés, eu mergulhei de cabeça, me mostrei tal como sou a outra pessoa, sem medos, sem receios, sem temer o amanhã ou o depois. Eu me mostrei tal como sempre quis que alguém me visse. Não sei bem o que deu errado... ou o que se passou no coração do outro... o amor não escolhe a quem vai amar, por isso, eu não o culpo, e nem posso culpar a mim também por amá-lo. Acho que a gente nunca sabe com certeza se a outra pessoa está amando a gente ou não. Talvez a dúvida seja o princípio do amor.

O amor pode levar anos pra acontecer, você primeiro é amigo e ao longo dos anos, percebe que aquela é a pessoa certa pra você. Outras vezes, o amor simplesmente acontece. Você nem está preparado, nem imagina porque ou como, mas ele te pega de surpresa, desprevenido, inconsciente e faz morada em seu ser eternamente.

O amor bom, verdadeiro e possível não deveria acabar nunca, deveria ser eterno, passar desta vida pra outra e de outra pra mais além... mas nem em todos os casos é assim. O amor é inexplicável, e tentar descrê-lo ou definí-lo é tão tolo quanto às teorias que dizem explicar a origem da vida na terra... são tantas que jamais saberemos qual é a correta. O amor que se ama em silêncio, não é egoísta, não é mesquinho, ele aos poucos, ao longo da vida aprende a esperar, aprende até a ser paciente, a ser generoso, a ser feito de entrega total, de abstenção. O amor é um dom, não um talento. O talento você pode moldar, pode trabalhá-lo ao longo dos anos arduamente, mas o dom... ele já nasce em você, é como uma oferta dos céus pra você apreciar na terra.

O amor às vezes é impaciente, é imprevisível, tem lá suas nuances de drama... de tão complexo que chega a ser. E isso acontece porque é tão difícil amar e ser amado, que aos poucos isso se torna o que a pessoa mais deseja: um amor completo, uma entrega total. Mas o amor não vem com garantias e por isso, as cobranças geram conflitos... ainda mais quando se percebe que mais uma vez, se está amando sozinho.

O amor não é único, ele é de uma forma para cada pessoa... uns acham que o amor é um milagre, uma dádiva, uma benção... outros acham que o amor é sorte, é o acaso, é o destino, e há também os que acreditem que o amor simplesmente acontece.

O amor pode ser calmo como uma brisa fresca de verão, ou pode ser agitado como uma tempestade no oceano que faz ondas gigantescas naufragarem embarcações... As vezes o amor é tão agitado que se torna confuso, caótico, sem sentido... outras é tão calmo, tão singelo, tão suave que se transforma em amizade diante do comodismo dos amantes.

O amor se fosse definido em uma música certamente ainda não teria sido composta uma que fosse o bastante para tal. Nada pode definir o amor, ninguém consegue explicar o que é o amor... tanto o amor que se ama a vida inteira, ou o amor que nasce em uma conversa na mesa de uma bar. O amor que nasce do inexplicável, do inatingível, do inaceitável. O amor que nasce do improvável, do incontestável.

O amor nos deixa fraco. Desarmados. Incapacitados e cegos, às vezes nos deixa mutilados, feridos e a beira do precipício. O amor é insano... o amor é sensível. O amor é forte, é tão forte que chega a doer quando a gente percebe que ele está em nós.
O amor pode acontecer do nada, ou pode estar ao seu lado e você não se dar conta. Ou também você pode até percebê-lo, mas pode negá-lo, fingir que ele não está ali... há tantas pessoas que preferem assim... simplesmente fingir que o amor não existe. Essas pessoas usam armaduras, capacetes, escudos, andam armadas o dia inteiro prontas pra se degladiarem contra o menor dos indícios de amor em suas vidas.

O amor pode ser lindo... ou pode ser feio também, porque para o amor, tudo é relativo, a beleza é contestável, não é padronizada, não é estereotipada. O amor é simples, outras vezes e confuso... o amor não tem receitas, fórmulas ou regras implícitas. Você não faz um acordo com o amor. Você não traça metas, você não agenda, não aciona, não calcula o quanto,..., o amor não se desfaz com o tempo, talvez o tempo se desfaça com o amor.

Quando se ama... ah! Quando se ama, cada segundo longe da pessoa amada é angustiante, afinal, já se passou tanto tempo, tantos anos longe dela, a sua procura... que agora que finalmente a encontrou, acaba-se querendo só a pessoa amada.

No amor não valem jogos, nem apostas, nem armações. O amor é claro. Ele tem que ser claro, objetivo e honesto. Doutro modo não é amor. Não pode ser aceito. Não pode ser amor. O amor é como uma planta que requer cuidados específicos, você não pode dar muita água nem pouca, tem que colocar terra nova de quando em vez, e principalmente é sempre necessário dar atenção... porque quando você descuidar, a planta pode não suportar e murchar, de igual modo, o amor pode morrer.

O amor que é amor nunca morre, nem se esquece, ele suporta tudo, ele agüenta o tempo, a espera, as intrigas, a distância, ele tudo padece... o amor é guerreiro, na verdade, amar é lutar a cada dia pra manter viva a chama, o desejo, ou mesmo, o próprio amor. É... amar é lutar pra que nunca se deixe de amar.
Amar é como ter fé, é acreditar no que não se vê, mas no que se sente. Amar é mais do que tudo que se possa dizer, tudo que se possa fazer. Amar é se entregar de corpo e alma sem cobrar nada em troca.

O amor faz a gente fazer coisas improváveis, tolas, bobas... mas o amor é assim, tem um frescor de juventude, faz a alma de quem ama rejuvenescer ainda que seja nova. O amor nos faz mais novos. Amor é a melhor coisa desta vida, e triste mesmo deve ser a vida de quem nunca amou a ninguém...

O amor vem do nada... ele simplesmente acontece. E esse simplesmente acontecer é o que o torna mais encantador, pois, você não sabe que a vida vai lhe sorrir naquele dia lhe presenteando com um belo amor.

Já sofri demais com tantos amores que só me renderam lágrimas e tristezas infinitas. Mas agora eu estou em uma fase de ter um pouquinho de esperança, e suplicando a Deus para que eu não dê de cara com a parede de novo! Já partiram meu coração tantas vezes que eu já nem sabia mais que ele pulsava,... mas ainda a pouco percebi que sim, mesmo quando a gente está triste, ferido e amargurado, simplesmente o amor pode nos sorrir novamente.

Estou amando, e estou disposta ao que for para aproveitar ao máximo, agora se terá final feliz ou não... só o tempo me dirá. E enquanto ele não me diz... Piaf cantará pra mim nestes dias que virão.

Um comentário:

Drika disse...

Uauuuuuuuu..Quue coisa mais linda..

Nunca vi alguem relatar o amor tão bem|!
Parabens!